Primeiro Subsolo - Pátio Principal

Relembrando a primeira mensagem :

Ao descer do elevador, você se vê diante de uma estrutura gigantesca que imita um prédio onde teria um pátio interno. No caso, o primeiro andar do subsolo seria reverente ao andar mais alto, dando para ver os próximos dois andares abaixo pelo chão de vidro no centro, sendo que no último andar visivel tem , sendo que tem o chão de concreto contornando  vidro. Tem alguns bancos espalhados pelo local assim como latões de lixo.

Diversas portas dão pelo local para escritórios, salas de interrogatórios e inclusive a sala da diretória se localiza nesse andar.

Andando por ali, estava já um dos líderes da Associação, e especifico o das Américas. O homem andava pelas mesas com um andar calmo, quase desinteressado, e tinha um ar que era um misto de casual com desleixado, uma camisa folgada com um casaco leve e igualmente folgado, com apenas uma calça moletom e tênis esportivo. Em todo aquele conjunto, ele olhava pelas mesas e papeava calmamente com algumas moças, até que notou um rapaz ali sozinho.

Lazarus estreitou os olhos antes de se aproximar, mas quando veio a encontrá-lo, cumprimentou o rapaz com um sorriso suave e se sentou de frente para o mesmo.

- Olá, Olá! - Sua voz era aveludada apesar de profunda, um misto quase atordoante. - Sinto muito aparecer assim... Mas, eu não me lembro de você... Qual seria o seu nome?

Lazaus acenou com a cabeça, compreensão vindo a toma-lo ao entender do que se tratava. Mesmo assim, passou a mão no queixo.

- Uhm... Então Brandon... Sim, eu lembrei agora de tê-lo visto de relance... - Riu baixo consigo mesmo. - Asvy, é? Ah, sim, sim. Eu gosto de me manter perto das pessoas.

Quando foi mencionado a reunião, riu sutilmente.

- Não sei dizer se a palavra seria animado. Talvez tenso seja o correto. - Seu olhar foi para Houko. - Mas certamente estou animado para... Algo. Enfim, o que está achando do evento?

*Respondendo a mensagem ele mantinha o olhar sério, não era algo severo, ele apenas estava focado naquilo e quando encerrou ele apenas apertou o botão deixando o aparelho bloqueado e o voltou para o bolso*

-Embora lobos sejam lobos, até mesmo eles seguem um Alpha, no caso da humanidade, esse Alpha precisa mostrar seu valor de alguma forma usando o que bem, os demais ou não compreendem bem ou se sentem intimidados o suficiente e atualmente quem usa desses recursos é a nossa amiga Coreia do Norte, mas em breve com meu projeto a OTAN vai tirar esse titulo dela, de fazer o que bem entender em um mundo ao qual ela se recusa a se adequar, e com isso, bem, a Eden será o Alpha já que é dela que vem o que os demais da matilha precisam para seguir rumo ao progresso. -Viu um garçom e com gestos e sussurros o pediu um suquinho de laranja para poder dar aquela relaxada depois.

-Afinal, desde os primórdios a humanidade sempre buscou um novo design, uma razão para continuarem existindo e progredindo, porém, conforme avançam, uma hora tudo parece estar perfeito, bom daquela forma, até que chega alguém com uma lampada para substituir o fogo e assim segue, por isso eu sigo criando, inventando nessa cruzada pelo conhecimento, por que para mim... -Sorriu um tanto euforico, ergueu o punho aberto e o fechou, parecia realmente ter convicção no que dizia:

-A humanidade precisa de um upgrade! -Apertou o punho serrado e chegou a dar um breve riso, após disso o abaixou mantendo o outro no bolso apenas no aguardo do suco.

-Pois agora chegou o momento onde a Ordem pode ir além do Caos e com isso torna-lo seu ganho, o aprendiz que superou o mestre, o filho que ultrapassou o pai, mas para isso o Eterno Retorno precisa cessar, ser quebrado, ou pelo menos seu ciclo ser bem maior que o atual, mais precisamente, eu busco fazer os humanos viverem mais, mas para isso eu preciso cessar com as guerras, conflitos, fazer com que todos aceitem a devida meritocracia, porém, eles precisam de um empurrãozinho. -Começou a mover o corpo fazendo uma tipica postura de super-sentai, só que em quase câmera lenta. 

-E por isso o mundo precisa de um Héroi! O escolhido! O diferentão! Aquele em que reza a profecia! O dito Messias! -Começou então a oscilar entre as posturas mesmo com o bebe em si, inclusive, ele chamou sua assistente para segurar a criança enquanto ele ia finalizando.

-E para isso é preciso um grande vilão! O TALIBÃ! E para vence-lo... -Abaixou-se na postura fina e ficou olhando de ponta-cabeça com parte do jaleco sobre ela -a cabeça-.

-Todos clamaram pelo Alpha! 

Era certo que o tagarelar do cientista atraiu olhos. Entre eles estava Sig que hora ou outra olhava de relance para sua familia, meio desacreditada da sua mãe estar conversando tão entusiasmadamente com o mesmo. Entretanto, quando chegou a falar do Eterno Retorno, Sig soltou um suspiro e se aproximou, carregando um prato de bolo e parou logo atrás do Houko, um pouco para o lado, e aguardou até o mesmo terminar e deu um tapinha no seu ombro.

- Discrição realmente não é seu forte né? Todo mundo te ouviu.

A mulher ficou observando a cena com um grande sorriso nos lábios, apoiando a cabeça com a mão direita enquanto simplesmente ficou quase admirando todo o teatro que Houko fazia enquanto falava euforicamente sobre seu plano. Entretanto, conforme terminava, o sorriso aumentou e levou a mão a boca, se controlando até que Sig se aproximou e falou.

- Hah... Hahahah..

Seus ombros começaram a estremecer antes de cair em uma longa gargalhada, se inclinando para frente e abraçando-se com o braço esquerdo, vindo até a tossir e lacrimejar, mas, quando enfim se acalmou, veio a se levantar.

- Perdoe-me. Não consegui me conter. - A mulher respirou fundo e passou a mão no rosto do Houko, olhando-o profundamente nos olhos com aquele grande sorriso. - Heh... Acabar com o Eterno Retorno é..? Hahah... Ai ai... Isso vai ser interessante. Talvez seja apropriado que você seja quem vai acabar com tudo.

As palavras foram ditas mirando outra pessoa, mesmo o olhar dela mudou sutilmente para algo mais carinhoso conforme o olhava no fundo dos olhos. Acariciou a bochecha do mesmo com o dedão, mas logo a afastou.

- Heh... E pensar que esse dia estaria chegando... - Balançou a cabeça. - Leith, está liberada para ir lá fora procurar o seu homem. Sig, fique e faça companhia pro Houko, tente se entender com ele. Eu.. Preciso de um pouco de ar.

E com essas palavras seguiu em direção do elevador, sorrindo apesar do olhar distante.

Uma certa tensão crescente a dominava enquanto observava aquela conversa, sem saber apontar onde estaria uma situação boa ou ruim, até que tudo acabou com sua mãe explodindo em risadas. Ficou tensa, olhando atordoada para Echidna até  receber a permissão.

- Ce-Certo!

Acenou com a cabeça para Houko antes de se apressar para acompanhar a mãe para sair.

Soergueu as sobrancelhas com a comoção que estava acontecendo onde Echidna estava, e acabou soltando um suspiro exasperado, passando a mão nos cabelos.

- Sempre segue bagunça onde ela vai...

Acenou negativamente com a cabeça antes de voltar a atenção para Asvy e riu ao ouvir sobre o fora que o mesmo levou, balançando a cabeça.

- Sério? Caramba será que vou ter que aumentar a comissão de alguma moça? - Ele riu baixo. - Brincadeira, brincadeira... Devemos começar quando todos os lideres chegarem, e... O assunto é segredo.

Ele olhou para sua mão antes de ter a atenção atraida pela pergunta.

- Ah, claro que aceitamos. Qual é o nome dele?

*Ao notar Elisa se afastando junto as crianças a postura de Houko mudou, ele ficou meio choroso, estendeu a mão para ela e seu oculos até mesmo entortou um pouco, ele então começou a dar passos ligeiramente apressados atrás dela*

-Volta aqui! Era brincadeira! Elis! Lis! Volta pra mim! -Percebendo que ela nem lhe dava ouvidos ele ficou ali chorando -uma cena comica de anime e nao um pranto mesmo-, caiu de joelhos no chão e ficou ali com a mão estendida para ela.

-Eu posso mudar! -Sentiu então a mão no ombro e o choro sumiu de imediato, olhou então para trás e ao perceber que era Sig apenas estreitou o olhar.

-Você... -O rosto foi tocado e a surpresa veio, subiu o olhar visualizando a mulher que ria a pouco, fato que ele nem percebeu direito devido já espera-lo, e bem, já ser de convívio seu. 

-... -Houko ficou olhando para Echidna e nisso sua mente pareceu escurecer, agora ali se passava apenas a imagem de um homem alto e ruivo de costas, ele usava apenas uma calça negra com cinto e seus cabelos grandiosos tomavam todo o nu de suas costas. Ele olhava para cima, mais precisamente para um brilho vermelho que parecia vir de cima e nisso mesmo sem mostrar totalmente o rosto ele sorria expondo seus dentes claros e esse mesmo sorriso surgiu no moreno que permanecia ali no chão a olhando com certa diferença de antes.

-Eu prefiro o termo "Recomeçar" pois o fim de um ciclo apenas da inicio um outro. -Após ela se afastar ele tombou para frente batendo a mão canhota no chão, o oculos acabou caindo no solo e a destra seguiu a face a comprimindo, parecia sentir certa dor ali.

-... -O olhar escuro seguiu entre os dedos para seu sobrinho que havia retornado para ali, ele então voltou para frente e fechou, esperava aquela dor momentânea passar. 

-Uma família de monstros... -Se lembrou de uma fala ou outra do passado e acabou rindo com cinismo disso. O cientista então passou a se erguer do chão aos poucos e começou a bater em suas roupas para limpa-las do pó, a seguir ele voltou a atenção ao ruivo que falava para si coisas confortantes que o faziam sorrir fino novamente.

-Você tem razão. -Voltou o olhar para Sig que agora deveria se entender consigo, mas... Para que mesmo? Ele estava sendo vigiado? Talvez fosse por Echidna querer saber mais coisas de um dos homens mais poderosos do mundo... Agora garoto, bem, de qualquer forma, ele aproveitou o momento que Brandon estava ali e começou a tentar sair discretamente para voltar para próximo de Elisa, buscando dar um perdido já que não sabia bem o por que diabo Sig deveria se dar bem consigo já que não eram parentes, tão pouco amigos e não era como se Echidna fosse a dona da casa e sua filha ou filho mais novo tinha que cuidar da visita enquanto a mamãe estava fora, não é mesmo? 


"-Não, pera... Pen drive?" -Pensou consigo, do que Brandon estava falando? Acabou então se aproximando, deixou a mão frente da boca -meio que ao lado dela para ninguem ler seus lábios- e sussurrou:

-Por que você deu um pen-drive para esse...essa... Sei la? E o que tinha nele? -Deixou para la dar um perdido, iria fazer depois. 

- O QUE?!

Sig arregalou os olhos com aquelas palavras provindas da sua mãe, veio até se virar para ela enquanto continuava se retirando sem responder as palavras da mesma. Rosnou baixo e bateu ambos os pés no chão, vindo até a fazer uma careta de birra enquanto se virava, para agora ver Houko abaixado naquela pose. Ergueu uma das sobrancelhas e deixou um suspiro escapar, apenas ouvindo as palavras trocadas entre os dois enquanto se abaixava e pegava o par dos oculos no chão, limpando-os antes de estender de volta para o cientista.

- Ela acreditou nele. E ela não é minha dona para eu pertencer a ela. É minha mãe.

Bufou um pouco e olhou o celular brevemente. Encarou o rapaz de volta antes de tornar a olhar o celular e virou o rosto para o lado.

- Não uso telefones.