Primeiro Subsolo - Pátio Principal

Relembrando a primeira mensagem :

Ao descer do elevador, você se vê diante de uma estrutura gigantesca que imita um prédio onde teria um pátio interno. No caso, o primeiro andar do subsolo seria reverente ao andar mais alto, dando para ver os próximos dois andares abaixo pelo chão de vidro no centro, sendo que no último andar visivel tem , sendo que tem o chão de concreto contornando  vidro. Tem alguns bancos espalhados pelo local assim como latões de lixo.

Diversas portas dão pelo local para escritórios, salas de interrogatórios e inclusive a sala da diretória se localiza nesse andar.

*Ao ser apresentado aos demais membros da familia daquela fã, Houko apenas mantinha seu sorriso fino mesmo com a "gafe" da cosplayer sobre a sexulidade de seu irmão ou irmã, bem, de qualquer forma, agora tudo ficava confuso, a mão do Yusuke chegava a tremer para saber qual era aquela, homem ou mulher? Gay ou Europeu? Maria ou João? Eis a questão*

-Olha, em outras oportunidades eu realmente não lembraria já que minha mente genial está focada em outras coisas do que uma mera pessoa que vi assim por nada, mas... -Ajeitou o oculos com o dedo médio e olhou para baixo, mais precisamente para o short daquele ou daquela dita cuja.

-Esse look nada a ver de shortinho e jaleco são bem marcantes já que um short é anti-higiênico enquanto o jaleco além de ser o que separa os genios dos demais é um sinal de higiene, ou seja, além do sexo, você é contraditório até no modelito, mas bem, não sou nenhum expert nesse assunto, mas... -O jeito de ajeitar o ocular fez com que momentaneamente as lentes fossem "borradas" pela luz e esse minimo momento em que os olhos foram ocultos bastou para o olhar mudar para algo mais afiado e sério. Afastou a mão para poder visualizar melhor a mulher que o tocava.

-Assim como pó de fadas e pelos de cauda de unicórnios, certo? -Voltou a atenção para Elisa e piscou um dos olhos para ela em resposta a seu aceno, apenas para confirmar que havia percebido. 

-De qualquer forma, o que você quer dizer com "Apenas agora"? Esse grupinho por acaso já estava de olho em mim a mais tempo é? -Afastou o rosto o virando de forma ligeiramente brusca e depois deu um breve tapinha nos cabelos "ajeitando" a franja. 

A expressão de Sig logo ficou revoltada pelas palavras que Houko dirigiu para sua roupa, chegou a enrusbecer suavemente enquanto estreitava os olhos.

-... Para um suposto membro da alta sociedade seu decoro é terrivel. Eu gosto desse shorts e usa-los não tem nada haver com falta de higiene, e eu já disse que uso o jaleco por achá-lo confortável.

Bufou em seguida, parecia agora até rosnar baixo enquanto o encarava diretamente.

Com gesto da cabeça por parte do cientista, afastou a mão e tornou a ficar de braços cruzados, rindo calmamente.

- Oh? Grupinho..? Huh... - Estava legitimamente se divertindo e acabou caminhando um pouco. - Não sei você, mas, independente de contos de fadas ou não, no minimo esse encontro está reunindo grandes pessoas do mundo inteiro. Talvez magia poderia ser uma forma de justificar o que eles fazem aqui? Ou talvez seja uma forma figurada de se referir ao poder que eles possuem. De todas as formas, ficar caçoando é uma maneira de agir, não muito sábia uma vez que pode ofender quem não seria sábio de fazê-lo. Até por que, Angus Estus, o homem cujo a filha desapareceu mais de três anos atrás, vem te encarando no minimo... Feio o suficiente para ganhar rugas antes do tempo.

Deu outro riso descontraido e pegou duas taças de champanhe e estendeu uma delas para Houko.

- E também a Eden Corp tem se espalhado pelo mundo e feito grandes mudanças pelo mundo. Se isso não é uma forma de magia, então estamos perdidos pela falta de encanto na humanidade.

*Mantinha-se sorrindo meio torto e com o olhar desviado meio que ignorando as reações de Sig, chegava a ficar fazendo sinal com a mão como se pedisse para ela diminuir o volume ou não se estressar tanto, algo assim*

-Nah, nah, não me coloque em grupos, essa mania da maioria de buscar deixar todos em grupos, ricos, pobres e medianos, etc, etc como se fossem gado, enfim, esses rótulos não me agradam, afinal, qualquer um poderia estar no meu lugar, a diferença entre mim e os demais é que eu fui bem mais esforçado e focado na minha area, nada demais, então não, não vou seguir ditos "costumes" da alta roda, baixa roda, diga como quiser por ser o natura, seguir bom senso e sim apenas aquilo que me faz bem, assim como você com esse shortinho nesse frio. -Deu de ombros de forma sutil, um ato que durou breves segundos antes dele voltar o olhar para a mulher mais velha.

-Não é como se eu me importa-se em ofender alguém já que não trabalho com nomes e sim com carapuças, então se elas servem ou não, ai... Ahn... Estus, né? -Uma gota ficticia desceu do canto da cabeça e ele sorriu meio sem graça com o olhar desviado novamente enquanto ficava coçando bem devagar a própria bochecha. 

-Bem... Eu prefiro o termo "ciencia" do que "mágia" já que magia sempre foi retratada como um ideal dos ignorantes e a ciencia dos sabios e por mais que todos nos sejamos ignorantes se levar em conta o universo como um todo, eu gosto de sentir que meu conhecimento vale mais que apenas um punhado de nada para pessoas que são meros grãos perante o todo, o macro-cosmos. -Pegou então aquela bebida oferecida para si e começou a girar o copo olhando o liquido se mover.

-Estou cuidando de uma criança preciso manter minha mente sempre sadia, então lamento, eu não ingiro nenhuma quantia de alcool, mas agradeço a gentileza. -Ofereceu então seu copo para Sig.

-Aqui, beba e relaxe um pouco, você está precisando mais do que eu. -Mantinha sua mão que coçava a bochecha agora sobre seu ombro, ele também sorria fino e agora o olhar estava bem mais tranquilo. 

Sig gradualmente foi arregalando os olhos conforme o homem foi falando, vindo até a ficar boaquiaberto. Uma fúria gradual começou a tomar, o suficiente para suas pupilas se afinarem como também, ao fechar os dentes, eles se afiaram. Seus cabelos pareceram se mover sutilmente como se tivesse possuido ou até mesmo furiosa, seus punhos se fechando.

- Seu...

Recuou o rosto instintivamente com a bebida que lhe foi oferecida, encarando-o por alguns instantes antes de voltar a olha-lo diretamente, agora os olhos purpuras se acenderam sutilmente.

- O que eu preciso é de uma companhia decente.

E com essas palavras se afastou dos mesmos, caminhando para uma mesa de comida onde tratou de pegar um prato e começou a se servir, buscando se acalmar.

Echidna permaneceu sorrindo suavemente enquanto Sig quase perdia o controle antes de sair andando dali, praticamente batendo os pés. Acabou deixando um riso suave escapar quando a cria se afastou.

- Então, vamos falar em termos cientificos, meu caro. - Mexeu no seu champanhe, tomando um pequeno gole antes de prosseguir. - A humanidade costuma culpar ou nomear acontecimentos que lhe fogem da racionalidade como a ação de alguma coisa sobrenatural, Deus, milagres, o Diabo... Ou magia. Em termos, os nossos elevadores, nossa energia eletrica, poderia ser muito bem uma magia para quem seria de milenios atrás. No fim, o que é ou não magia, acaba sendo... Quase uma questão de perspectiva.

Foi caminhando um pouco, indicando para que a acompanhasse e foi até um banco. Leith os seguia apesar de olhar preocupada para Sig.

- O que nós vemos como magia hoje em dia poderia facilmente se tornar uma ciência no futuro, ou mesmo o simples fato de nomearmos algo como magia não exclui a ideia que poderia ser uma ciência, apenas que ela envolveria a manipulação do que não é visivel. - Echidna mexeu o liquido dentro da taça, observando as bolhas. - Como o gás dentro dessa bebida. Podemos não ver quando não está na agua mas sabemos que está lá.

Ao chegar perto de um banco, a mulher se sentou ali, cruzando as pernas enquanto vinha a suspirar.

- Eu diria para abrir sua mente, Houko Choi. Apenas por que as pessoas que aqui estão não são faces familiares, não significa que eles não possam... Saber a "ciência" por trás da sua máscara.

*Observava Sig com o recipiente para ela e seu sorriso apenas aumentou ao ver o tipo de reação dela, era como se aquilo o agradasse de alguma forma*

"-Alguns habitos nunca mudam não é mesmo? Seu costume com o ódio, desprezo alheio, realmente ele é você por mais que você tente negar." -Após aquela fala de outrem o riso masculino e cínico soou, algo que fez Houko ficar surpreso e piscar os olhos por instantes, tempo o suficiente para ele perceber Echidna se afastando enquanto falava.

-Em resumo, nos chamamos de obra de deus, diabo, anjos, demonios, magia, tudo aquilo que nao conseguimos compreender direito, e quando passamos a tal, todos esses nomes são associados a ciencia, logo, entra no que eu disse, você só foi um pouco mais além. -Deixou aquele copo de bebida sobre uma mesa qualquer e seguiu acompanhando aquela dupla enquanto se preocupava com uma coisa ou outra.

-Abrir minha mente para que? E bem, eu já não uso mais mascara faz uns 3 anos. -Afastando-se de Elisa que permanecia atenta embora cuidando da outra criança, Houko sentiu-se tranquilizado por ela não ter ficado tão para trás.

"-Ele está oscilando, parece que mesmo após a separação ainda existe uma ligação bem fraca, bem, essa deve ser a chave para quando nos unirmos novamente, mas até lá eu preciso manter tudo em ordem." -Fechou os olhos e começou a afagar o topo da cabeça do menino que estava frente a sua barriga. 

- Que mudanças são inevitaveis. E bem... Por mais que não use mais uma máscara fisica, pode dizer o mesmo da máscara que ainda usa?

Seu olhar ficou afiado, assim como o sorriso se alongou, inclinando-se para o lado para apoiar o braço direito no banco e então apoiar a cabeça, o olhando.

- Olhe ao seu redor, e verá que os unicos aqui que não disfarçam quem são para a sociedade será a minha familia, por mais ironico que isso seja. Sig expressou seu descontentamento, Leith não se conteve em correr para ti ao vê-lo, e mesmo eu não me detive em demonstrar meu afeto ou até falar o que penso. Mas, talvez sua máscara agora seja para se proteger do que teme que possa te atingir? Mas, ai eu questiono, seria isso uma fraqueza ou um ponto forte? Não se permitir mudar.

Echidna suspirou, olhando ao seu redor com aquele sorriso nos lábios.

- Caos, Houko. Vida, morte e caos. Nada impede essas forças pois elas são universais, e cada uma se complementa para o mundo continuar rodando. Mas, pelo menos a Teoria da Entropia é algo que a ciência atual conhece.

*O afago se mantinha sob a cabeça do menino enquanto o garoto que o mantinha junto a si ia pondo sua mente em ordem com diversos tipos de pensamentos que agiam quase como calculos já que agiam de forma rápida, precisa e continua até chegarem no resultado final que acabou sendo ele manter o sorriso fino, abrir os olhos e comentar:

-Mas eu já tenho a mente aberta para isso, tanto que atualmente eu sou um dos que gera mais mudanças no mundo, isso se eu não for o maior entre estes ditos supostos revolucionários, afinal, eu ajudo pessoas em quase todas as areas, eu mudo o mundo, então não faz sentido você dizer que eu não mudo, pois veja só, a três anos atrás eu era um senhor de mascara que vivia isolado, hoje eu sou um jovem de 15 ja para 16 que se expõem a tudo e todos, então não entendo bem onde você quer chegar com isso. -Após o comentário ele cessou o afago e voltou o olhar para Elisa apenas para ver se estava tudo bem e por notar que estava, acabou voltando o foco a conversa, principalmente após o ultimo comentário.

-Você se esqueceu da Ordem, aquela que da algum sentido a vida, a morte e da forma concreta aos Caos, ao menos o que aceitamos como concreto como nossos planetas, sistemas e por ai segue a lista, a Ordem é fundamental, mas ela vem a partir do Caos, felizmente ou infelizmente, um exemplo disso é meu projeto Valhala, o que seria dele se não fosse pelas guerras e conflitos? Pela necessidade do homem moderno em diminuir as baixas de seu lado do campo? O que seria do meu projeto Renascer sem a necessidade do homem moderno em ter mais tempo para viver, aproveitar sua vida? A guerra, peste, fome, miséria, até mesmo a morte são sintomas do Caos ao qual fazem nascer pacificadores, médicos, voluntários e diversas outras coisas, consequentemente é preciso destruir algo para ter outro algo por mais que no fim ambos sejam feitos da mesma matéria, de uma mesma coisa seguindo o conceito da troca equivalente alquímica,  então é, não se esqueça da Ordem pois ela é fundamental e é ela que todos buscamos. -O celular então tocou, ele visualizou quem era e apenas desligou, depois aproximou mais o celular e começou a escrever uma mensagem, talvez fosse para a mesma pessoa que o ligou. 

- Será?

Suspirou, ainda possuindo aquele fino sorriso enquanto vinha a fechar os olhos.

- Antes dos seres humanos existirem, a vida e a morte eram algo presentes, assim como o caos. Ordem... Talvez seja apenas uma outra forma de manifestação do Caos. E, de todas as formas, é um ciclo onde o mundo se mantem equilibrado, ondas de energia que acabam entrando em colisão constante, buscando se equilibrar desesperadamente. Quanto maior for uma ação, maior será a reação que ela vai receber, e assim seguiu naturalmente durante milhões de anos através de todo o universo. E, ainda sim, o ser humano foi o único ser preponderante o suficiente para acreditar que sua existência era única, e aqueles que não eram preponderantes a esse ponto, ficavam desesperados ao acreditarem que Deuses teriam controle sobre suas vidas. Se quer saber minha resposta para uma solução entre esses dois, é o equilibrio entre a preponderância e a ignorância.

Abriu os olhos, mas logo aquele olhar ficou distante, observando o champanhe dentro da taça e acabou suspirando, o ar sorridente sumindo um pouco.

-... Acreditar que pode decidir o destino de outro ser humano, quem dirá da humanidade inteira... É algo realmente preponderante. Não concorda?

E voltou a sorrir em seguida, com aquele ar descontraido de volta.

Andando por ali, estava já um dos líderes da Associação, e especifico o das Américas. O homem andava pelas mesas com um andar calmo, quase desinteressado, e tinha um ar que era um misto de casual com desleixado, uma camisa folgada com um casaco leve e igualmente folgado, com apenas uma calça moletom e tênis esportivo. Em todo aquele conjunto, ele olhava pelas mesas e papeava calmamente com algumas moças, até que notou um rapaz ali sozinho.

Lazarus estreitou os olhos antes de se aproximar, mas quando veio a encontrá-lo, cumprimentou o rapaz com um sorriso suave e se sentou de frente para o mesmo.

- Olá, Olá! - Sua voz era aveludada apesar de profunda, um misto quase atordoante. - Sinto muito aparecer assim... Mas, eu não me lembro de você... Qual seria o seu nome?