Quarto afastado

Relembrando a primeira mensagem :

Apenas um dos quartos da mansão, afastado de toda a barulheira e aprova de som.

Clemence se manteve calmo diante de toda aquela situação, vindo até mesmo a suspirar e relaxar na cadeira, passando a mão no rosto.

- Honestamente... Vocês nos acusam realmente de forma leviana, Victor, mas acho que não deveria ficar surpreso considerando que a Seishikidan sempre age sem provas... Ou pelo menos esperava que você tivesse evoluído disso, meu amigo. - Ele acenou negativamente com a cabeça. - De fato, tivemos uma reunião na igreja, foi para discutir acerca de uma movimentação estranha nas camadas que separam o espiritual do nosso material, tentamos fazer um ritual para encontrar a origem da perturbação, mas não tivemos sucesso.

O padre se levantou dessa vez, apenas para andar e parar de frente para o Black Swan, seus cabelos brancos balançando suavemente conforme ele abria a mão, uma energia também preencheu o mesmo, marcas azuis formando em seu rosto conforme ele se mantinha sério.

- Não alertamos a Seishikidan por que sabíamos como vocês costumam agir, provavelmente iriam acabar matando a todos os presentes mesmo que nossa intenção fosse nobre. Sim, tem algo errado, não sabemos se o Graal é a causa disso, mas o que tentamos fazer foi ajudar. - Voltou o rosto para Lupus. - E você, jovem, aprenda a coletar provas ao invés de sair julgando dessa forma.

O homem retornou calmamente ao seu lugar, as marcas desaparecendo conforme respirava fundo.

- Quanta idiotice.

Waria ficou assustada em ver Victor se alterando daquela forma, inclusive chegando a pressionar suas costas contra a cadeira, se encolhendo enquanto até lágrimas começaram a surgir no seu olho. Estava verdadeiramente assustada, todavia a postura do Clemence trouxe-a de volta a realidade, quase como se tivesse uma aura que veio a acalmar e a garota ficou de pé num único movimento.

- Exatamente! Ouvimos boatos, de fato, sobre o ritual do Graal ter sido redescoberto, mas não sabemos detalhes sobre isso! A Igreja procurou o nosso auxílio por que, bem temos conhecimento sobre magia, sabe, SOMOS A MALDITA CLOCK. TOWER. Aprenda a falar direito, seu animal!

Apontou para Lupus, praticamente rosnando. Sim, foi por conta do Tower of Clock.

Blair cobriu a boca, recuando a cabeça enquanto abria os olhos e soerguia as sobrancelhas, mas Ai simplesmente mantinha a expressão neutra.

- Meu Deus do céu! O ritual do Graal!? Foi redescoberto!? - Seu tom feminino voltou, ele tirou a mão na boca e colocou-a no rosto. - Gente, pas-me-i!

- Sempre temos conhecimento de tudo que acontece, Victor. - Ai falou em seu tom neutro. - Nossos agentes estão infiltrados em todas as camadas sociais, constantemente nos atualizando de todas as movimentações relevantes. Não sabemos ao certo quais seriam as intenções para com o ritual, todavia. O que sabemos é que foi redescoberto em uma escavação.

A Lucca ta boiando nisso tudo, mas ela segurou o queixo, com uma expressão pensativa.

- Graal..? O que exatamente esse negócio faz?

Olhei com cara de interessado.

Spoiler:

O líder da Seikishidan retornava ao normal e sua face converteu-se num sorriso elegante e normal. Apoiou o queixo sobre a mão destra e o cotovelo da mesma mão sobre a mesa e então descansou a cabeça no mesmo.

Mil Perdões Clemence... Waria... Ele me disse que queria conhecer vocês, pois havia algumas informações sobre isso. Porém parece que eram todas infundadas... - Ele sacou do bolso uma pequena faca dentilhada e então sobre a tatuagem fez dois profundos cortes. - Em nome do sangue do cisne, eu lhes peço perdão! Porém...


Sua atenção voltou-se totalmente outros dois.

- Ai, Blair... então o cisne ter acordado realmente significa o nascimento do graal? Vocês realmente não sabem quem são? - Perguntou de forma natural e amigável, enquanto deixava seu sangue pingar. Lucca, pelo visto teremos mais bestas fantasmais que o costume. Pra isso eu lhe trouxe aqui, junto de um dos bastardos do Lucian, quero saber como foi ontem o concerto de vocês! - Disse ele buscando alguma informação qualquer.


Empurrava a cadeira para trás e andava até Waria abraçando ela e agachando na direção de seu corpo.


- Desculpe Waria - Encarava seus olhos na mesma linha de visão. Eu me deixei descontrolar, não fui um bom anfitrião nem mesmo um bom amigo. Pode me perdoar? - Limpava as lágrimas ainda frescas dela com o lenço e então ao se levantar novamente, ia para o lado direito.


Hey seu velho! Eu não julgo as pessoas apenas pelas suas aparências sabia!? - Gritava ele de forma amigável então retornando ao seu antigo eu. Estalava o corpo um espreguiçar. Deveria saber que a Igreja jamais faria isso, matar pessoas é o que repudiamos não é mesmo? - Gargalhou e antes de voltar para seu assento apertou a bochecha de Stella.

Por fim se sentando sobre a cadeira ele inalava uma grande quantidade de ar e jogava a faca no centro da mesa.

Como sabem: eu sou o líder da Ordem, de onde veio esse rapaz, portanto suas ofensas à vocês são minhas ofensas aos seus líderes. - Abriu a camisa deixando aparecer o abdômen. - quem tiver algo contra ele, ou tenha se tornado ofendido com suas palavras. Estão convidados a perfurar-me com essa faca onde bem quiserem! - Ele ergueu o indicador como se lembrasse de algo.


- Mas antes... - Correu e tirou do báu uma Mauser C96 e entregou para Waria. te prometi uma arma e aqui está ela. . . Bom podem começar - Disse ele engolindo a seco.


Notando o homem que havia chegado de forma aleatória ele simplesmente ergueu a mão.

Hey dude, o que faz aqui? - Sorriu para ele fechando os olhos, esperando as facadas que iria tomar (aqui foi pro blastoise.)

Clemence torceu o nariz ao ver o sangue pingando, sua expressão de certo desconcerto diante daquilo, ergueu o o rosto e observou o homem, suspirando.

- Pelo sangue de Jesus, você continua dramático como sempre.

O padre fez uma careta breve e ficou encarando Victor conforme o mesmo se aproximou de Waria, cruzando os braços e ficou daquela forma, de cara fechada até que o mesmo enfim se afastou da garota. Respirou fundo, massageando as têmporas e se levantou também, indo até o líder conforme o mesmo despia a parte superior. Pegou a faca e jogou-a no canto oposto da sala para que fincasse na parede - não mirou em ninguém. Se abaixou ao seu lado e começou a canalizar a energia divina para curar o ferimento no braço.

- Dramático, dramático, dramático... - Enfim deu um meio sorriso. - Você não cansa disso não?

O mesmo suspirou e deu de ombros.

- O Graal... É uma coisa que existe no plano do Além. É um acumulo de energia poderosa o suficiente para realizar uma magia verdadeira. - Decidiu explicar por conta do pedido da loira. - Antigamente, o ritual original era destinado para escolher o próximo mago mais influente... Merlin, Salomão... Esses dois são exemplos. Todavia, cerca de 500 anos atrás, o conhecimento do ritual desapareceu.

Terminando de fechar o ferimento, o padre se levantou, olhando para os presentes na mesa, inclusive para Albert.

- Você chegou em uma hora um tanto... Complicada, meu caro. - O mesmo sorriu calmamente. - Imagino que seria bem interessante que Victor ficasse de olho para ti não espalhe esse conhecimento.

- EU NÃO TENHO FAMÍLIA, NÃO SOU A LÍDER DA CLOCK TOWER, SOU UMA GAROTA DE 15 ANOS E TENHO MAIS BOLAS DO QUE VOCÊ SEU--!!

A garota estava de volta gritando para Lupus quando ele fechou a porta. Imediatamente seus olhos começaram a se encher de lágrimas de raiva e ela sentou emburrada na cadeira, se segurando para não chorar. Estava magoada por conta do Victor, irritada por conta do Lupus, e agora aquilo tudo estava sendo demais.

Faltava bem pouco para a mesma começar a soluçar quando Victor se aproximou abraçando-a e pedindo desculpas. Seu rosto ficou vermelho na hora, olhando-o diretamente nos olhos e acabou desviando o olhar, fazendo beicinho enquanto fungava.

- Vo-Você foi um i-idiota! Ma-Mas como eu... Eu sou bem misericordiosa eu vou te desculpar, viu?!

O rosto da mesma continuou vermelho e olhando para outro lado, voltando a se ajeitar na cadeira e tentando se comportar direito quando teve espaço para sentar direito. Quanto ao convite de esfaqueá-lo, já preparou para se levantar a gritar para protestar contra aquilo, mas Clemence tomou a iniciativa, e ficou até um pouco boba observando... Apesar de ter ficado emburrada de volta.

Blair voltou a ter sua feição tranquila, sorrindo tranquilamente e apoiou os cotovelos na mesa, assim como segurou o rosto, balançando as pernas.

- Eeeh? Wow, isso tudo ta escalando bem rápido! Quem diria que um líder iria sair se cortando que nem uma adolescente querendo atenção!

O loiro riu tranquilamente, seu tom de voz de volta ao normal e suspirou. Ai acenou negativamente com a cabeça, fechando os olhos.

- Ainda bem que pelo menos na minha sessão nada desse tipo acontece... Enfim, não tenho intenções de te esfaquear, não gosto de derramar sangue... Todavia...

Ai se levantou, parou do lado do homem e deu um soco na sua barriga, cruzando os braços enquanto ficava o encarando.

- Feito. Então, tem algum plano agora que sabe dos riscos, velhote?

Subaru então olhou para todos ali e resolveu falar de uma vez, tudo aquilo estava sendo tedioso demais.

"Tudo que vocês falaram foi interessante e tudo mais, alegando que nenhum de vocês tem ligação com esse ritual do Graal. No entanto a coisa é um tanto mais pessoal pra mim: esse ritual é real e existem certas pessoas que já estão movendo seus pauzinhos para que a guerra comece."

Ele olha para cada um ali dentro.

"Mas vocês já estão avisados disso, não é mesmo? Porque não compartilham conosco mais sobre esse Graal? Principalmente você da igreja, acho que seria um dos mais bem informados."

Olhava para todos eles mantendo um tom sério.

Lucca ficou observando boquiaberta toda a conversa que se discorreu, sem saber direito como reagir. Olhou para Subaru e imediatamente corou um tanto sem jeito. Ela levantou o dedo e deu uma tosse, fechando os olhos conforme recolhia o dedo de volta.

- E-Entendi... De fato, seria uma oportunidade única para estudá-los, mas, não sei dizer ao certo o que pode estar acontecendo... - A mesma ficou de olhos cerrados, olhando para baixo. -... Eu poderia passar um tempo estudando, todavia, como está o estado de conexão das camadas... E, bem, tenho que admitir que eu me sentiria deverás animada se eu pudesse trabalhar junto com o Subaru! Bem, isso se ele quiser, é claro...

A loira olhou para baixo, sem jeito e sorrindo um tanto nervosa. Mas logo sua expressão ficou triste, melancólica.

-... Eu tenho tido sonhos... Pesadelos, com pessoas morrendo, tristeza, dores... - Ela suspirou, fechando os olhos. - Eu vi que aquele acontecimento no show iria acontecer, o caos, a dor... Por isso eu fui lá, para tentar ajudar como eu podia... Mas, no final, eu fui inútil, Shariz fez todo o trabalho, e eu provavelmente também teria sido inútil de qualquer forma já que não tenho a capacidade de usar magia...

Rapidamente seu tom de voz estava ficando um tanto depressivo, inseguro. Mas ela balançou a cabeça e ficou de pé.

- Ma-Mas eu vou dar meu melhor! Eu... Eu conheço uma magia... Que bane os espíritos e as bestas... - Ela voltou a cair sentada na cadeira, olhando para baixo. -... É o sigilo da família Salvi... Do meu pai...

Ao ouvir as palavras do Subaru, a loira ergueu o olhar preocupado para o mesmo, apertando as próprias mãos e voltou a fitar os outros presentes na mesa.