Praça Grande

O carro parou perto do estacionamento, conforme descia do mesmo um velho muito bem vestido. Kaprasius certamente parecia muitos anos mais jovem agora, e por algum motivo, talvez pela seriedade da reunião que convocou, sua expressão estava muito mais séria. Vendo Victor ali, procurou suavizar a expressão com um sorriso.

- Victor, quanto tempo.

Esperei que Pishacha agora estivesse desmaterializado e continuei atrás de Kaprasius. Assim que vi Victor e Lupus, fiz uma leve reverência para ambos.

— Olá, senhor Victor. Olá, Lupus.

O líder da Seikishidan se levantava com um olhar um tanto "Curioso", um sorriso brotou em sua face enquanto ele arregaçava as mangás de sua camisa.

- Kaprasius... quanto ao nosso pacto de não agressão? - Disse ele já estendendo a mão em direção ao velho, o que gerou uma situação um tanto estranha foi quando viu o asiático de outrora, aquele que estava em sua festa, aproximando-se também. Olha se não é o jovem... - Levou a mão ao queixo olhando para cima. Não lembro o seu nome... desculpa, mas não sabia que você era da família do velho Spero também. - Sorriu ele em direção ao garoto, era imperceptível os olhos correndo de canto em direção ao velho que antes cumprimentara

Kaprasius soergueu a sobrancelha diante daquilo, sem entender direito do que se tratava.

- O que o pacto tem haver com isso? - Mais uma vez Spero era mencionado, acabou suspirando e pousou a mão suavemente no ombro do Hae. - Esse é Hae-il, sim, ele é meu... Mais próximo atualmente. É um bom garoto.

Ajeitando a gravata, Kaprasius deu um riso calmo.

- Adoraria conversar mais contigo, Victor, colocarmos o papo em dia, como dizem os jovens. - Ele riu. - Mas, já estamos deverás... Atrasados para a reunião, não acha?

Apenas sorria, educado, tentando não entrar no clima estranho entre os dois. Preferia Kweg sendo o atual líder do que esse cara que parecia ser um total esquisitão.

Ora velho Kaprasius, achou mesmo que eu viria sozinho? Estou apenas esperando por aqueles que virão ao meu resgate. Além disso eu não entendi bem onde seria a reunião... mas com Bleidd e seus lá, acho que você não pode me culpar por isso... aliás eles já estão quase aqui. Disse o garoto rindo enquanto um grande jato de ar se aproximou do local.

Dez pessoas totalmente encapuzadas chegavam assim que o vento parava de soprar. A tensão do lugar rapidamente se tornava escura e a própria vida parecia começar a diminuir diante daqueles homens e mulheres. 

- Mestre! - Em uníssono as vozes todas pareciam seguir o ajoelhar diante daquele homem, sendo ele o único trajado de branco. 

Nada mais foi feito enquanto eles esperavam as suas próximas ordens.

Certamente aquilo pegou o velho de surpresa, conforme ele virava o corpo para aquele pequeno batalhão de pessoas que se reuniu ali. Certamente não esperava por isso... Ele suspirou, tornando o olhar firme para Victor.

- Era uma reunião que eu planejava discutir acerca dos eventos que tem ocorrido na cidade. Eu quero saber melhor o envolvimento de cada um nisso, e eu quero o compromisso das famílias diante disso. Não há necessidade para um pequeno batalhão armado! Estamos em um local civil, por Deus...

Olhei para Victor com uma expressão de desgosto, com olhares estreitos. Fazer isso ao ar livre em um local de evento? Coisa de louco sem cérebro! No entanto, enquanto isso, o espírito heróico em minha cabeça apenas ria desse batalhão, dizendo coisas do tipo "Até parece que eles vão servir pra algo", "Já acabei com muito mais gente juntas ao mesmo tempo", "Este cara não iria durar um segundo na minha cidade" e, por último, "Devíamos tomar um Whiskey".

Assim, apenas fiquei esperando Kaprasius para sairmos dali e irmos até a reunião.

Sim Kaprasius, eu sei que será apenas isso... mas você acha mesmo que eu não sei que falaram com o pequeno Kweg? - Disse ele soltando um breve sorriso. E justamente por isso eu tenho que ter comigo meu batalhão pessoal, acredito que todos farão isso também. Nunca se sabe quando começará uma guerra. Até mesmo o Kweg sabia disso e até mesmo ele traria um exército ainda maior que o meu - Disse ele fechando os olhos.

Apontou para frente com a mão. Por favor nos mostre o caminho, jovem Aristóteles. - Uma pequena mecha de seu cabelo estava totalmente preta.

No rosto do velho havia absoluta decepção diante daquele tipo de atitude por parte do jovem Lunnargentto. Ele apenas conseguiu acenar negativamente com a cabeça, colocando as mãos atrás do corpo.

- Vamos, Hae.

E com essas palavras, ele tomou a frente daquela procissão, com a face sombria como se estivesse indo para um funeral.

-> Entrada do Evento

Apenas seguiu o velho sem falar nada, apenas um sorriso em sua frente. Sua equipe rapidamente desapaceu.

— Sim, senhor — respondi e fui atrás dele, atento. Sussurrei para Pishacha, para que, caso alguém fizesse algo perigoso em volta, me avisasse.