Delegacia

Não conseguiu falar com ele. Portanto, ligou para um dos funcionários que havia pego o número.

— Balthazar Cristis falando, o senhor Houko provavelmente deixou o contrato aí na mansão. Poderia trazer para mim aqui na delegacia do Bairro 5? Estou precisando. — disse ao funcionáio.

*O criado atendia no lugar de seu chefe e falava com Balthazar sobre o que tinham que falar, e com Houko fora de casa, o "criado maior" teve que tomar a respectiva atitude de mandar um dos seus até o local para entregar o dito contrato ao homem de forma elegante, e como já era esperado, lá havia a tipica assinatura do cientista, algo tão abstrato que era facilmente reconhecível*

Chegou o delegado de plantão. Meio carrancudo e com um grande bigode, ao lado dele uma detetive.

Apesar da aparência de ambos, eles falavam de forma mansa.

- Pois não, em que posso ajudar-lo? - Foi então que notaram os pedidos do homem, o delegado coçou a cabeça torcendo o rosto numa careta. - Olha meu rapaz... até então o delegado que está tratando do caso tem está no seu descanso. E eu não sei nada sobre isto, sabe? Mas posso sim te deixar dar uma olhada nos arquivos. - Dizia ele com um certo ar de curiosidade.

Adentrava a sala e depois de muita procura encontrava uma pasta e ali as depositava.

- Pois bem... aqui está.

— Não está? — Balthazar coçou a barba, um tanto pensativo — Certo, certo. Poderiam me passar alguma forma de contato e um horário que ele estará por aqui para eu ligar? Tenho muito a fazer e não posso ficar para esperá-lo, assim como duvido poder voltar para cá. 

O detetive pegou os documentos e retirou-os do envelope ali mesmo, em cima do balcão, olhando-os com calma e se certificando de que ninguém os espiava. Por fim, se pôs a falar.

— Ainda assim, vou precisar de ajuda com isso. Vocês teriam algum agente que está disposto a ajudar, ou acham que ele mesmo me ajudaria com isso? Estamos falando de facções criminosas, não de simples bandidos. É algo grande. Creio ser de interesse da polícia chegar mais afundo nisso.

Diante da situação em que o homem começava a falar o policial apenas abaixava a cabeça um tanto pensativo.

- Olha ele costuma estar aqui de tarde. E hoje é meu último turno da madrugada, amanhã é a minha folga e finalmente verei meu sobrinho depois de tanto tempo. - Dizia ele feliz e contente com a situação.

Mas Balthazar trazia uma nova notícia uma informação que não podia ser deixada de lado. - Se o que diz é sério, pode usar todos os nossos policiais para lhe ajudar, estamos investigando agora um atentado terrorista em série... achamos que pode haver algo relacionado ao ISIS - Dizia ele liberando a única informação que tinha.

A secretaria do dia anterior apenas disse que iria colocar o pedido na rede geral da delegacia, após ser processado o mesmo iria ser averiguado e então o pedido definido.

O delegado ficou imediatamente horrorizado com as fotos que foram passadas, cobrindo a boca brevemente.

-Por Deus... Eu sinto muito, Balthazar. - A feição agora do rapaz estava séria. - Vou mobilizar a delegacia para tentar encontrar ligações entre sequestros recentes. Se ela não foi a única, tenho certeza que podemos descobrir algum tipo de padrão. Você teria algo que poderia nos dizer? Gostaria de verificar os casos de desaparecimento?

O delegado claramente fechou o rosto com o comentário que "estaria longe do alcance deles", mas, suspirou.

- Sim. Vou providenciar os casos que temos. Mais alguma coisa?

Balthazar sorriu.

— Não faça essa cara. Você entenderá um dia. E sim, tenho mais alguma coisa: coloquem alguma almofada nesses bancos... — e bocejou, esfregando o rosto. — Eles são péssimos para dormir. 

Após isso, saiu da delegacia.