Palco

Montado do lado de fora da Eden Corp tem um palco de metal inoxidável com uma cobertura. Algumas cadeiras estão dispostas na primeira fileira, assim como mais algumas para trás. Existe algumas correntes rodeando o palco, delimitando a área de acesso para o público.

Atualmente só tem a equipe ajeitando a posição do som e tudo mais.

Lucca guiou Shariz até um ponto meio distante do palco de fato, mas estava bem longe de toda a bagunça principal e ela ficou alguns minutos averiguando os sons de maneira que não ficassem no maior barulho quando o show começasse.

- Aqui está bom?

Ela olhou em direção da multidão, suspirando um tanto nervosa e olhou o celular.

- Eles estão atrasados...

Chegando no local que havia o palco, olhei tudo aquilo em volta. Era mais caótico ainda, mas não podia por os óculos novamente, precisava encarar aquilo com dureza.

Continuei a procurar as garotas do mercado, no entanto, antes disso, fui até o que eu acreditei ser o meio do palco e instalei uma runa lá, com o tênis. Antes de sair, inscrevi na runa "Berkano". Procurei estar bem atento com meus olhos que tudo viam neste instante.

Fiquei um pouco triste de ver que os cantores estavam atrasados, isso decepcionaria os fãs um pouco – mesmo não parecendo nem um pouco.

Com estas observações, continuei procurando as garotas, passando entre todas aquelas almas, corpóreas ou não, incomodado, mas, disfarçado.

- Oh! Não, não, eu me refiro aos idols! MAGI MAGI!

Ela deu um riso descontraído e um tanto sem jeito, meio avermelhada por conta do seu pequeno erro, voltou a olhar na direção do palco.

- Era para ter começado meio que uma hora atrás... Espero que esteja tudo bem. - Com um suspiro, seu sorriso descontraído retornou aos lábios. - Então, como foi ir para a Ásia?

Hae:

Foi um tanto difícil de encontrar as garotas, mas com o auxilio do Berkano acabou sendo um tanto fácil, mas talvez fosse... Um tanto difícil mesmo assim para conseguir chegar nelas.

A dupla estava bem na frente, metida no meio da multidão, ambas com camisas de "Subaru case comigo" e "Shibaki case comigo".

Quanto as aparições fantasmagóricas, agora elas pareciam estar tomando formas diferentes, andando por ali como se atraídas, curiosa, investigando por algo.

Como já havia as achado e seria muito difícil chegar lá. Decidi conversar com um fantasma primeiro. O que é melhor pra ganhar experiência sobre as pessoas do que conversar com alguém que anda sob o nosso plano por eras?

Ao pensar isso, ri e comecei a me afastar de tudo, o máximo que pudesse.

Ao me afastar, botei a mão na orelha, como se tivesse falando no telefone, mesmo não tendo e comecei a chamar alguém.

— Ei, ei, um de vocês. O que 'tá acontecendo? — perguntava pra qualquer ser não-corpóreo que passava por mim.

Hae:

O ser parou brevemente. Parecia uma espécie de quimera na realidade, olhou para Hae um tanto em dúvida e continuou andando.

Bom, valeu a tentativa. Pensei, botando a mão no bolso da calça.

Voltei aonde estavam todos e tentei chegar até onde aquelas garotas estavam.

Esta sim foi a experiência mais caótica, claustrofóbica, irritante e horrível que eu já tivera na minha vida – nem mesmo os finais ruins dos livros eram tão horríveis quanto isso. Passar por todas aquelas pessoas, tendo que usar uma força maior que o comum pra poder prosseguir apenas para conversar com dois seres que nem sequer eu sabia que ia dar em alguma coisa.

O meu maior medo naquele momento era irritar alguém. Não queria magoar ninguém, não queria que ninguém ficasse irritado comigo, não naquele momento caótico.

Assim, tomei maior cuidado para passar sem usar uma força muito tremenda e sempre devolvendo um "desculpa" a todo momento, incansavelmente.

Já nas garotas, cutuquei os ombros dela e com um sorriso, perguntei, inocente:

— Lembram de mim?